OBRA EM CASA
O QUE VOCÊ
DEVE SABER ANTES DE COMEÇAR.
Se você está se preparando para fazer uma obra, este é o
melhor momento para falarmos francamente sobre obras e reformas, especialmente
se ela for na sua casa.
Nós, da B.O.R.I, com a esperança de causar o menor
transtorno possível aos nossos possíveis clientes, elaboramos este texto com as
dúvidas mais frequentes sobre Obras e Reformas, para que, depois que ela
começar, você possa conviver pacificamente com seus incômodos, com o mínimo de
surpresas possível.
Afinal, sua expectativa com a reforma deve ser grande, e é
fundamental que você permaneça satisfeito durante e depois da obra, tanto
quanto você está neste momento.
1 - Por que obras são sempre tão estressantes?
Não existe cirurgia sem dor. A obra perfeita é realizada num imóvel vazio, em local
ermo, sem vizinhos e sem pressa. Como esta situação ideal jamais corresponde à realidade, as
obras são muito invasivas. De uma hora para outra, pessoas estranhas invadem a
sua privacidade, quebram a sua rotina, desorganizam o seu espaço, enchem sua
vida de poeira, sem qualquer sentimento de urgência. E você ainda paga por
isso.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Obras só devem acontecer nos horários ajustados com você
e seus vizinhos;
- Os profissionais devem ser apresentados a você antes que a obra se inicie;
- Todos os operários devem ser registrados com a empreiteira;
- Devem receber auxílio alimentação, e ser o mais discretos
possível;
- Finalmente, todos devem estar comprometidos com a ética.
2 - Existe obra rápida e barata?
Dificilmente! Qualquer que seja o serviço, você sempre
ficará com a certeza de que demorou e custou mais do que deveria. E existem milhões de razões para isso, mas a principal
delas resulta da combinação de três fatores:
a. Você está pagando;
b. Ela é apenas um instrumento para que você atinja um
objetivo, e
c. Elas realmente interferem no cotidiano.
Portanto, se você se encontrar diante de uma promessa
“mágica”, desconfie.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Procure orçamentos transparentes. Você vai achar preços totalmente
desproporcionais, mas procure ver se eles espelham a realidade da sua obra.
Essa é uma garantia de que você não se assustará com reajustes e acréscimos
depois que ela começar;
- Procure acompanhar o prazo estimado, e não se esqueça de
contabilizar os acréscimos e as mudanças de projeto. Não se esqueça de que a
matéria prima da construção civil é o tempo.
3 – É possível fazer uma obra sem sujar nada?
Não! Se for necessário abrir, cortar ou remover qualquer
material rígido, especialmente paredes de concreto, tijolos, gesso ou madeira,
haverá muita poeira flutuando no ar.
A consistência e quantidade dessa poeira varia de acordo
com o material que está sendo mitigado e as ferramentas que estão sendo
empregadas, mas não há um processo asséptico que impeça a sua produção.
Por isso três providências são fundamentais antes de
começar:
a. Remova do ambiente qualquer objeto que possa se estragar
com a poeira, tais como quadros e eletroeletrônicos;
b. Proteja os grandes volumes para que não sofram com
fragmentos soltos e pessoas circulando com ferramentas, e
c. Cubra todas as superfícies e objetos remanescentes,
inclusive o piso, com plástico.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Não permita que se inicie nenhum serviço enquanto o
ambiente não estiver protegido;
- Caso não os retire, cubra os eletroeletrônicos com plástico bolha;
- Cubra pisos nobres com papelão corrugado para evitar que
arranhem;
- Cubra toda a extensão por onde operários irão transitar,
principalmente se houver remoção de entulho;
- Ponha uma lona plástica sobre tudo que foi coberto ou não
faz parte da obra;
- Exija que promovam uma limpeza diária, mesmo com o
serviço em curso;
- Só deixe remover os forros depois que todos os resíduos
sólidos forem retirados, e
- Quando há poeira microscópica – como a que é produzida
por lixadeiras, por exemplo – peça que todo o ambiente seja aspirado depois da remoção das lonas de cobertura.
4 – Por que obras atrasam?
Por definição, obra é “uma coisa feita ou produzida por
gente” (dicionário Michaelis).
Da mesma forma, “errar é humano”, ou seja, obras não são
ciências exatas. O fator humano é preponderante na sua realização. Mas não só o humano. Existe uma infinidade de insumos, cada
um com suas características e especificações de uso; fornecedores, do micro ao
macro, e processos, que vão desde o tempo que uma loja leva para emitir uma
nota fiscal e a disponibilidade dos produtos para pronta entrega, até as
condições de trânsito e as interferências da vizinhança. Sem falar, é claro, no
clima.
O que todos perseguem, obviamente, é terminar a obra o mais
rápido possível. Além de diminuir o estresse, isso aumenta a lucratividade do
empreiteiro. Ainda que se dispusesse de recursos financeiros ilimitados
– o que também não é corriqueiro em obras – essas variáveis são completamente
incontroláveis.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Salvo acréscimos de serviço resolvidos depois do início,
tenha orçamentos definitivos, ou seja, que não mudem quando a obra demora mais
do que o previsto;
- Sempre que as condições permitirem e o serviço requeira,
trabalhe com jornadas extras (noturnas ou em finais de semana), mas lembre-se
de que isso aumenta muito o custo, e
- Peça ao seu empreiteiro uma opção para o fornecimento do
material da obra, o que evita atrasos por falta de componentes, ou erro na
compra por falta de conhecimento técnico.
5 - Um cronograma resolve os problemas de atraso nas obras?
Honestamente, não, muito embora eles sejam utilizados nas
nossas obras. Cronogramas ajudam a controlar imprevistos, mas não impedem
que eles aconteçam. A maioria dos atrasos nas obras decorrem de interferências
dos próprios clientes, que muitas vezes demoram a providenciar os materiais
necessários; ficam indecisos na escolha de marcas e modelos; solicitam
“pequenos favores” aos profissionais; não liberam o espaço a tempo e a hora... Muitos outros são causados por fatores sobre os quais
ninguém tem controle, como os “nós” do trânsito da cidade quando há uma greve,
uma manifestação ou uma explosão de bueiros, por exemplo. Nesses casos, cronogramas são peças de ficção.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Procure manter um diário nas obras para registrar
avanços, atrasos e interferências que possam comprometer nossos prazos;
- Sempre que acontecer algum imprevisto, ou quando partes
das tarefas forem concluídas, peca ao seu empreiteiro que te comunique,
preferencialmente por escrito.
6 – Quais as vantagens de trabalhar com uma empresa?
Sinceramente, com os encargos trabalhistas (152% na
construção civil), e impostos brasileiros (24,33%), fazer obra com uma empresa
parece muito pouco vantajoso. Pelo menos aparentemente. Mas as empresas têm três pontos a seu favor:
a. As garantias que oferecem ao seu patrimônio;
b. A diminuição de sua responsabilidade civil, que vai
desde os possíveis vínculos trabalhistas com os operários até a segurança
material da obra perante terceiros, e
c. O conforto de entregar toda a responsabilidade e
controle a alguém que vai resolver por você.
Imagine, por exemplo, se um cano mal instalado vazar
milhares de litros de água no seu vizinho? Ou se um pedreiro, por acidente, se
machucar dentro da sua residência?
Talvez, por isso, valha à pena considerar uma empresa
legalmente habilitada para sua obra.
7 – Operários são confiáveis?
Por mais que uma pessoa seja conhecida e respeitada, é
impossível determinar quais os limites da sua integridade. A vida nos ensina
que, sob pressão, cada um age de forma pessoal e imprevisível. Portanto, se você vai fazer uma obra, mesmo que seja com
uma empresa como a nossa, é totalmente recomendável que os objetos de valor,
tais como dinheiro, jóias e objetos de estimação sejam removidos da vista e
guardados em local seguro. O volume de pessoas estranhas que entram e saem de obras,
seja para entregar mercadorias, levar ou trazer ferramentas e informações,
vistoriar processos etc., torna inviável o controle de objetos remotamente
ligados ao serviço em curso.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Procure empresas que mantenham vínculo com seus
empregados, que forneçam orientação e treinamento para evitar situações
embaraçosas.
8 - Uma obra pode “dar errado”?
Não! Ao terminar, a obra deverá estar certa. Em outras
palavras, deverá ter atingido os objetivos a que se propôs, gerando sua
satisfação. Mas isso não quer dizer que uma obra não possa ter
problemas, ser um problema, ou simplesmente "desandar", o que são
três coisas totalmente diferentes. Ter problema, infelizmente, é uma condição quase inerente
às obras. Por mais que os equipamentos modernos permitam "enxergar"
uma cano dentro de uma parede, por exemplo, a menos que haja uma planta e um
memorial descritivo do imóvel, é impossível prever sua especificação, o
material de que é feito ou o estado em que se encontra. A mesma coisa se pode dizer quando uma caixa de porcelanato
traz uma peça ligeiramente diferente das outras, e o ladrilheiro não consegue
detectar antes de assentá-la no piso. "Problema na obra", portanto, é
o encontro com o imprevisível. Resolvê-los, é parte do trabalho de uma
construtora. Uma "obra problemática" é uma obra sem
planejamento, ou com algumas variáveis incontroláveis: profissionais
despreparados, ferramentas inadequadas, materiais fora de especificações,
recursos mal dimensionados, desonestidade dos envolvidos etc. Se você tiver um contrato (e garantias do empreiteiro),
sempre será possível reverter esse quadro e encerrar a obra com resultados
satisfatórios, apesar do desgaste. Por fim, uma obra "desanda" quando nada dá certo.
Essas dificilmente se concluem e, portanto, não levam a lugar nenhum. Seus
resultados são traumáticos e desastrosos.
O que fazer para diminuir esse impacto?
- Exija profissionais preparados;
- Exija supervisão e acompanhamento direto, o registro
diário de atividades e o monitoramento intermitentemente por rádio e internet;
- Exija o emprego de ferramentas utilizadas estritamente nos serviços para os quais foram desenvolvidas;
9 – Por que algumas obras fogem do controle?
Até o mais ingênuo dos pedreiros sabe que toda obra cresce,
ou seja, elas raramente ficam restritas ao planejamento inicial. A razão para isso é muito simples: os planos vão ganhando
forma, o novo começa a evidenciar o desgaste dos materiais antigos, o pior
sacrifício já foi feito. Aí entra em cena um grande sedutor - o Jaque. Todo
mundo se rende ao seu charme: Já que estamos... O problema surge quando esses acréscimos não são orçados
previamente, porque não existe mágica em obras. E nada é tão simples quanto
parece. Uma pintura, por exemplo, para ser bem feita, consome dias de trabalho
e diversos materiais diferentes. Qualquer coisa em hidráulica ou elétrica traz
uma demanda enorme de peças e componentes, e raramente podem ser feitas por um
único profissional.
Se você não gosta de surpresas nem de aventuras, sempre que
o Jaque aparecer previna-se com estimativas, orçamentos e planejamentos novos.
O que você pode fazer para manter o controle dos gastos?
- Sem interromper a obra, peça uma estimativa dos extras e
integre-a ao seu contrato;
- Procure alternativas de fornecimento de materiais. A
pesquisa na internet é uma boa maneira de controlar custos de uma obra;
- Crie uma “conta corrente” da obra junto ao seu
empreiteiro.
10 – Existe algum risco quando se faz uma obra?
O pior que pode acontecer numa obra é ela se transformar
numa bomba relógio: mais cedo ou mais tarde ela acabará dando sinais de vida.
Então, com licença pelo trocadilho, de concreto, só os seus prejuízos. Dificilmente essas coisas acontecem em obras de superfície,
porque ficam à vista e são fáceis refazer. Nem sempre são fruto de má fé – muito embora seja uma
tentação trocar gato por lebre sem risco de ser pego em flagrante.
Pode acontecer por falta de conhecimento técnico, ou pelo
uso inadequado de materiais e ferramentas. Mas na maioria dos casos é
consequência da total falta de preparo das pessoas envolvidas na execução e
supervisão dos serviços. Há casos notórios gravíssimos, como o do Edifício
Palace, mas os de pequena monta são mais comuns do que se imagina. Quando menos
se espera, uma parede fica encharcada, uma fiação derrete um quadro de luz etc.
O que fazer para reduzir riscos?
- Verifique se o pessoal de sua empreiteira recebe
orientação e treinamento constante;
- Exija que as pessoas, ferramentas e materiais sejam
adequados;
- Exija que a obra seja visitada por supervisores, além de terem seus progressos registrados num livro individual;
- Todas as instalações devem ser verificadas e testadas
antes da entrega final, e
- Peça garantia de todos os serviços.
Lembre-se: o Código de Defesa do Consumidor obriga as
construtoras a garantir serviços de construção civil por até cinco anos de
prazo (nos casos de estruturas). Mas, para isso, é necessário que o consumidor tenha um
contrato especificando o serviço, comprovantes de pagamento emitidos e que o
construtor tenha liquidez e seja estabelecido em local certo e sabido.
Boa obra!